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O reinado de Mammy, T'Challa e Nanisca

  • David Zuco
  • 26 de set. de 2022
  • 2 min de leitura

Chadwick Boseman e o vencedor do Oscar Daniel Kaluuya (Reprodução - Marvel Studios)

No ano de 2018, a Marvel lançou o filme solo do Pantera Negra. A produção foi dirigida por Ryan Coogler e protagonizada pelo saudoso Chadwick Boseman. Além disso, a direção de arte, enredo da trama, trilha sonora, entre muitos outros aspectos, fizeram um trabalho lindo ao mostrar o poder da África nas telonas. O longa recebeu sete indicações ao Oscar, o protagonista ficou eternamente conhecido pelo seu papel de T’Challa, rei de Wakanda, e esse país fictício se tornou um enorme símbolo de representatividade para o povo preto.


Viola Davis e Gina Prince-Bythewood, diretora de A Mulher Rei (Divulgação - Sony Pictures)

Outra figura sempre lembrada na batalha antirracista é a atriz Viola Davis. Atriz consagradíssima que consegue atrair a atenção em tudo o que faz. A Mulher Rei é o nome de seu mais novo projeto, que estreou nos cinemas essa semana, e ele tem uma similaridade forte com o filme da Marvel: demonstrar o poder do povo africano.


Dialogar sobre isso é muito importante, ainda mais num mundo onde o racismo e xenofobia estão cada vez mais evidentes. As produções de Hollywod, na grande maioria dos casos, não tratam o povo preto como devido. A branquitude no cinema se arrasta surgimento da sétima arte e filmes como Pantera Negra e A Mulher Rei, onde o elenco é predominante de pessoas pretas e tendo personagens poderosos, parecia algo utópico.


Utopia era pensar também que gente preta receberia destaque pelas suas atuações e o reinado de Viola Davis em Hollywood é prova mais do que convincente de que, felizmente, as coisas estão mudando e o povo preto está tendo seu reconhecimento devido.


A protagonista de A Mulher Rei vem sendo reconhecida pela academia do Oscar com certa frequência e pode ser indicada novamente a receber a estatueta dourada, dessa vez por sua excelente atuação como Nanisca, uma comandante de um exército de mulheres e braço-direito do rei Ghezo, interpretado pelo ator John Boyega.


Hattie McDaniel (à direita) em ...E O Vento Levou (Reprodução - Warner Bros)

O comparativo entre a personagem de Viola Davis em A Mulher Rei e a serviçal Mammy - interpretada por Hattie McDaniel em E O Vento Levou, cujo qual rendeu o primeiro Oscar a uma atriz preta - sendo que ela teve que receber uma autorização especial para estar na premiação - é muito importante, pois traz uma evolução do que está sendo dito nesse texto. Antes, apenas papeis secundários sobravam para artistas pretos. Hoje se conversa sobre um filme inteiro com uma predominância preta na tela. Muito se evoluiu e ainda é só o começo. O objetivo é ter mais exemplos além das guerreiras Agojie (exército visto em A Mulher Rei) e das Dora Milaje (protetoras de Wakanda).


Pantera Negra está no streaming. A Mulher Rei está nos cinemas. Viola Davis pediu que lotassem as salas de cinema onde o novo longa fosse exibido. Em entrevista ao UOL, ela reconheceu que o filme dirigido por Ryan Coogler foi fundamental para a existência da nova produção. É altamente recomendável assistir essas duas produções. São ótimos filmes, com excelentes fotografias, roteiros e atuações. Além disso, a sequência de Pantera Negra estreia em novembro e há uma enorme expectativa acerca disso.


Que mais Violas, Hatties, Chadwicks, Halles, Denzels, Ryans apareçam no cinema hollywoodiano e no cinema brasileiro (por que não?) para que exceções se tornem regra e que a vida possa imitar a arte devidamente.

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